Big Data na Saúde
A invasão de novas aplicações e dos dispositivos móveis no cuidado do paciente tem conferido agilidade aos serviços assistenciais e aumentado o repositório de informações, tanto clínicas quanto administrativas das instituições em geral.
A pergunta que surge é: - "Como criar valor usando estes dados (Big Data).
Um dos grandes entraves para que o beneficio do compartilhamento de informações seja sentido é a falta de precisão dos registros eletrônicos de saúde e a falta de adoção de padrões.
Saber organizar e aproveitar ao máximo os dados colhidos resultando necessariamente em melhores diagnósticos, tanto individuais como populacionais, ofertando tratamentos com maior assertividade, e antecipando a ocorrência de epidemias é certamente um dos maiores desafios.
Podemos definir algumas ações para identificar o valor destas informações e precisamos ficar atentos, especialmente para as questões éticas de segurança de acesso a informação.
- Criar transparência no processo de uso das informações.
- Proporcionar acesso as informações de forma segura.
- Criar ações atendendo o perfil da população.
- Criar soluções ágeis baseado em dados novos para garantir eficácia na ação.
- Avaliar a evolução dos dados de forma periódica e com metodologia própria e de forma automatizada.
Os custos da área de Saúde são proporcionais ao envelhecimento da população e também a ineficiência com a gestão dos recursos.
Os EUA investiu de forma equivocada em 2012 mais de US$ 700 bilhões segundo estudo apresentado pelo professor e presidente do Departamento de Informática Médica & Epidemiologia Clínica da Oregon Health & Scince University, William Hersh. Algumas razões para o desperdício apontadas pelo professor foram:
-Serviços desnecessários prestados e entregues de forma ineficiente.
-Preços altos em relação aos custos.
-Excesso de custos administrativos.
-Oportunidades de prevenção perdidas.
-Ocorrência de fraudes.
Ainda no departamento de Informática Médica do Oregon Health & Scince University a professora Joan Ash afirma que os registros médicos utilizados de forma correta podem trazer grandes benefícios para os pacientes e para os médicos, mas se não forem utilizados adequadamente ou estiverem incorretos, podem induzir a erros médicos e a desperdício de recursos.
Existe uma série de problemas com a troca de informações de saúde, como:
-Falta de padrões reconhecidos por todas as instituições / governos.
-Dados irrecuperáveis para pesquisa.
-De proveniência desconhecida.
-De granularidade insuficiente (pouco detalhamento).
-Documentos imprecisos e incompletos.
-Informações transformadas de maneira que prejudicam o significado.
-Incompatível com os protocolos de pesquisa.
No Brasil, além da falta de recursos, temos a ineficiência na gestão dos mesmos.
Segundo informações do Ministério da Saúde em 2012 o Orçamento era de R$ 12,8 Bilhões mas ao final do período foi realizado apenas R$ 3,7 Bilhões do orçamento previsto. Esta dificuldade na realização do orçamento sinaliza para a dificuldade de gestão por parte do ministério, pois a saúde no Brasil precisa de todo o investimento possível.
Com toda a escassez de recursos, temos poucas ações preventivas, além dos programas de vacinação. Deparamo-nos no dia a dia com uma saúde combalida que não tem capacidade de remunerar corretamente os serviços prestados e não consegue atender a demanda da população.
Poderíamos trabalhar de forma mais eficaz utilizando as informações existentes.
Hoje todas as Unidades que atendem SUS efetuam o envio das informações dos atendimento de saúde para o DATASUS.
O DATASUS recebe todas as informações e disponibiliza algumas consultas desta base de dados, mas ainda sem aplicações práticas em curso.
Certamente temos uma base gigante que permite uma série de análises e que pode agregar valor na saúde brasileira. Temos o padrão, temos a regulamentação para o envio das informações, temos as informações atualizadas.
O que falta para que o Ministério da Saúde crie iniciativas de análise deste BIG DATA para aplicação prática em benefício da população ?