sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Gastos de TI no Brasil

Os gastos com TI no Brasil deverão alcançar US$ 129,7 bilhões em 2014, com aumento de 3,6% com relação a 2013, cujo total projetado é de US$ 125,2 bilhões. As previsões fazem parte de estudo apresentado durante o simpósio Gartner/ITxpo 2013.
A maior parcela desse montante será destinada aos serviços de Telecom, com investimentos da ordem de US$ 78 milhões em 2014, alta de 1,8% em comparação com os valores estimados em 2013. As aplicações móveis receberão US$ 22,4 bilhões, valor 1,7% maior que o aplicado no ano passado, segundo o levantamento do Gartner. 
Já os serviços de TI atingirão gastos de US$ 21,2 bilhões em 2014, com elevação de 11,2% em relação ao montante desembolsado este ano.  Os gastos com data center devem chegar a US$ 3,2 bilhões em 2014, um aumento de 4,9 % com comparação a 2013. Os investimentos com software totalizarão US$ 5 bilhões em 2014, chegando a 9,2% mais que o destinado este ano.
Os analistas da Gartner afirmam que este é o início de uma nova era na qual todos os orçamentos de outros departamentos de empresa de algum modo incluem gastos com TI, já que cada negócio se tornar líder digital. Esse fenômeno está resultando no início de uma era: a Economia Industrial Digital.
Segundo os executivos do Gartner, “A Economia Industrial Digital será construída sobre as fundações do Nexo de Forças (que inclui confluência e integração de nuvem, colaboração social, informação e mobilidade) e da Internet das Coisas, combinando o mundo físico e o virtual”.
A Internet das Coisas acena com uma receita que pode exceder US$ 309.000.000 mil por ano, até 2020.
Neste cenário da Economia Industrial Digital, de acordo com o Gartner, muitos dos fornecedores de TI que estão no topo hoje, como a Cisco, a Oracle e a Microsoft, podem acabar superados por novas empresas. "Há fornecedores novos que estão aprendendo a conviver com margens menores. Os mais tradicionais terão que lidar com isso", explica Sribar.
Fonte: CIO Executive

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Perceptual Computing - As novidades não param de chegar.

Muitas empresas de desenvolvimento de software estão preocupadas em como adequar suas aplicações não apenas a telas TOUCH, mas também à grande variedade de sistemas operacionais e dispositivos móveis existentes, destes um grupo mais seleto está pensando: - O que vem depois disto ?

O desafio que temos pela frente tem nome e já não é novidade: 

PERCEPTUAL COMPUTING.

As interfaces HOMEM x MÁQUINA vão exigir mudanças radicais e estas mudanças já estão em andamento.

Através da captura de imagens de alta definição e imagens em infra vermelho ( que possibilita a leitura em profundidade) associado a microfones com capacidade de identificação da direção de onde vem o som as possibilidades de interação aumentam significativamente.

O Perceptual Computing traz novas experiências de uso, através de interações entre humanos e computadores, que são capazes de perceber as ações dos usuários de forma natural, imersiva e intuitiva.


Com esta tecnologia já é possível detectar sete pontos na face dos usuários (os limites dos olhos, boca e o posicionamento do nariz), e mais sete pontos em cada uma das mãos (as pontas dos dedos, o centro da mão e o punho). Através do tratamento destas informações, o desenvolvedor pode reconhecer inúmeros gestos e associá-los à ações especificas em suas aplicações. Se esta descrição parece complicada, basta se lembrar de como o Tom Cruise interagia com os computadores no Minority Report e vai ver que está tudo ali, com uma vantagem: Não precisa da luva.

Um dos grandes impulsionadores deste conceito é a Intel .

O desenvolvimento de aplicativos com Perceptual Computing é facilitado pelo SDK disponibilizado pela Intel que auxilia a captura e tratamento dos gestos e possui diversas outras funcionalidades que permitem ao desenvolvedor integrar esta nova tecnologia às suas aplicações.

Link para os vídeos com algumas demos: 


As possibilidades são grandes em todos os setores da tecnologia e a aplicação da mesma é uma questão de visão das empresas de tecnologia.


terça-feira, 25 de junho de 2013

Gerenciamento de Crises nas Mídias Sociais

Este é um assunto em relevância no momento político brasileiro e acredito que valha uma abordagem sob o ponto de vista corporativo. 

Gestores de Tecnologia, vez por outro se deparam com a necessidade de gerenciar uma crise nas mídias sociais.

Não que isto seja uma atribuição do CIO, mas certamente ele será parte fundamental do processo e portanto não podemos ficar alheios ao assunto.

Não acredito que alguém esteja preparado para enfrentar este tipo de situação, pois cada crise tem um perfil, uma motivação. O fato é que preparados ou não um dia a crise virá, estando você preparado ou não, estando ou não a sua empresa presente nas mídias sociais.

A experiência do mercado indica que tratar uma crise nas mídias sociais como uma crise na imprensa não é a melhor abordagem, pois pode piorar a situação. A recomendação é que se avalie o assunto dentro do veículo que está gerando a informação, antes que ele ultrapasse as suas fronteiras.
Apesar de sermos aprendizes nesse novo mundo, existem alguns passos que parecem ser lógicos e que deveriam ser seguidos quando uma crise desponta numa mídia social.
1- Monitorar a Internet Parece óbvio, mas em algumas situações a empresa negligencia esse importante passo. Tenha um sistema montado para monitorar a rede, vasculhando os principais sites de notícias e outras fontes importantes de informação do seu negócio. Use ferramentas para monitorar o twitter, o facebook, blogs e outras mídias sociais. Muitas vezes as empresas fazem uso de uma agência de comunicação para isso.
2- Crie uma equipe para responder à crise 
A equipe deve ter representantes das diversas áreas envolvidas no problema e as necessárias para responder e agir na crise. É importante que os integrantes tenham conhecimento e autonomia para responder rapidamente as questões levantadas.
3- Assuma o problema Na eventualidade de uma crise é de extrema importância reconhecer publicamente que o problema existe.  A empresa não pode se fingir de cega ou surda, pois isso pode aumentar o barulho. Uma resposta inicial do tipo "sim, nós reconhecemos que existe algo ocorrendo e estamos apurando. Em breve apresentamos uma posição sobre a situação" dará a mensagem que a empresa está alerta e já trabalhando no caso. Estabelecer a comunicação com os interlocutores desde o início é fundamental.
4- Defina quais serão as mensagens e para que público
Quem deve receber suas respostas ? clientes, sociedade, funcionários, imprensa, etc. É importante segmentar esses públicos e entender qual é  melhor mensagem para cada um deles, em qual momento, mesmo considerando que no mundo da internet todos ouvem todos.
5- Combata a crise na mesma mídia social onde ela apareceu|
Após a identificação do problema e quando você esteja melhor preparado para agir, a sua primeira resposta tem que ser na mídia social onde o problema começou. Se a crise começou no facebook, então responda primeiro no facebook. A partir daí você poderá agir em outras mídias sociais e canais, se necessário. Nunca leve o problema para outra mídia social se não houver algo ocorrendo por lá, em vez de minimizar a crise, você poderá estar disseminando-a.
Um ponto importante que merece ser lembrado é que a gente nunca sabe onde uma crise poderá aparecer, portanto é importante a empresa ter alguma presença prévia nas principais mídias sociais para que ela possa lidar com uma situação imprevista, mesmo que rotineiramente a empresa não tenha atividade muito regular por lá.
6- Desculpar-se é uma obrigação quando a empresa comete um erro 
Na maioria das vezes, quando a empresa reconhece que cometeu um erro, os clientes e a sociedade respondem positivamente. Esteja preparado para dizer que errou, até mesmo dizer que está arrependido, e os clientes vão perdoá-lo em retribuição.
7- Velocidade
Velocidade é muito importante. Na maioria das vezes é mais importante ter uma "boa resposta rápida" do que uma "excelente resposta lenta". Falar que "reconhece o erro e que providências urgentes estão sendo tomadas" é uma forma de se posicionar rapidamente perante o mercado e clientes.
8- Defina uma mensagem principa
Assim que entender a situação, defina duas ou três principais mensagens, não mais do que isso. Elas serão a âncora para toda a sua comunicação externa. Use linguagem simples e evite o coloquial corporativo. Como tratado no item 5, trate de combater a crise na mesma mídia social onde o problema surgiu, mas municie todos os outros canais com a sua mensagem âncora, se necessário. Dependendo do tamanho da crise, você receberá indagações por outros meios como call center, imprensa, email, etc. Alinhar tudo isso é importante e os gestores desses canais deverão fazer parte do seu time de crise. Consistência é o nome do jogo.
9- Crie uma webpage de "Perguntas & Respostas" da crise 
Um dos segredos de qualquer crise é isolá-la e confiná-la em poucos canais. Além de responder a crise no mesmo canal que ela apareceu, é recomendável criar uma webpage de "Perguntas & Respostas" da crise. Pense nessa possibilidade se a crise exigir uma ação mais forte. Assim você estará direcionando os interessados na crise para um único lugar. Isso também permitirá que você responda perguntas apontando um link em vez de escrever um texto de resposta para cada pergunta, vai economizar tempo e diminuir possíveis erros de interpretação de suas respostas. Isso é particularmente muito útil para respostas via twitter.
10- Crie um local para os queixosos desabafarem
Se você não construir proativamente um local para as pessoas reclamarem, certamente os queixosos vão criar o seu próprio local, não dando a você nenhum recurso de monitoramento ou controle. Eu sei que isso vai contra a natural intuição de ficar calado e criar barreiras para que as pessoas falem, mas é super importante que as pessoas desabafem num local que esteja sob seu controle. O local pode ser sua página no facebook, num blog, ou na seção de comentários de sua webpage "Perguntas & Respostas" da crise. Pode ser em outro canal também. O importante é fazer as discussões acontecerem no "seu território". Existem três benefícios sob essa estratégia
a- Você vai manter as conversas sobre a crise em um único local, tornando-as mais fáceis de controlar
b- Vai funcionar como um sistema de detecção de alerta precoce para possíveis novos desdobramentos da crise
c- Vai dar aos seus clientes fiéis um canal oficial para que venham em sua defesa
11- Esteja preparado para levar a conversa para o offline, se necessário 
Muitas vezes a conversação sobre uma crise leva ao infinito. Pessoas irritadas tendem a ser emocionais e adoram provocar uma conversa sem fim. Sabia identificar o momento certo de oferecer um endereço de e-mail ou um número de telefone para determinado queixoso. O importante é identificar quando a conversa está saindo do controle e da razão, nessas horas é melhor sair do ringue público e tentar uma conversa privada.
12- Mantenha os funcionários de sua empresa informadosLogo que aparecer o primeiro sinal de crise, trate de informar os seus funcionários do que está acontecendo e os seus planos. No mundo super conectado em que vivemos, os seus funcionários serão porta-vozes poderosos da empresa para suas famílias, colegas e amigos, mas nunca para imprensa, que deve ser tratada diretamente pelo time de Relações com a Imprensa de sua empresa. Traga os funcionários para o seu lado em vez de isolá-los.
13- Tenha um porta-voz 
Dependendo do tamanho da crise, a empresa terá que se posicionar através de um porta-voz, que poderá usar a mídia social como canal de comunicação com o público. Numa situação mais crítica, até um vídeo poderá ser gravado para ser colocado no YouTube. Identificar esse porta-voz é algo que deve ser feito logo nos primeiros passos no gerenciamento de qualquer crise, mesmo que ele não seja usado.
14- Suspenda as ações de marketing e de promoções 
Desative as mensagens nas mídias sociais não relacionadas à crise. Desligue os tweets automáticos, desative o e-mail marketing e promoções, etc. Manter as mensagens de marketing poderá ser catastrófico e muito mal interpretado por seus clientes. Faça um pente fino sobre isso.
15- Aprenda com a crise 
Depois do tsunami da crise, trate de "desconstruir" a crise e entender o que aconteceu. Por exemplo:
       - Faça cópias de todos os tweets, comentários em blog, emails, etc       - Analise o tráfego em seu website durante a crise       - Como e onde a crise começou? Como ela se espalhou?       - Como funcionou o engajamento de seus funcionários?       - A sua estratégia de resposta funcionou?       - Clientes surgiram em sua defesa?       - Como a crise online interferiu na imagem da empresa?       - O que você faria diferente se uma nova crise surgisse?
Os passos propostos acima são sugestões

Quer conhecer mais sobre crises nas mídias sociais? Acesse os links abaixo, vale a pena.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ministério da Ciência e Tecnologia investe na Iniciativa Privada

A nova meta do Ministério da Ciência e Tecnologia será incentivar o desenvolvimento tecnológico nas empresas. Apenas a área de tecnologias da informação e comunicações (TICs), uma das prioritárias para o ministério, deve receber investimento de R$ 2,1 bilhão.

O MCTI era voltado especificamente para administrar as universidades e centros de pesquisa, e agora se volta cada vez mais para se tornar um parceiro das empresas, visando incentivar a inovação na iniciativa privada.  No biênio 2012-2013 será de investimento recorde no setor privado.
No último ano R$57 milhões foram destinados às ações do plano TI Maior, um dos carros-chefe da área. Desde que foi lançado no ano passado o Ministério tem recebido um retorno muito bom das empresas, que tem aderido, gerando o desenvolvimento de softwares e serviços de comunicação cada vez mais inovadores e de mais qualidades. A área é estratégica para o país.
Um dos gargalos no setor de tecnologia é a falta de pessoal qualificado. Para tentar solucionar o problema o MCTI está desenvolvendo o Forma Engenharia, programa de estímulo para as universidades da área e para atrair estudantes do ensino médio para o setor. Cerca de 700 projetos e 2,5 milhões de estudantes participam do programa.
O MCTI convocou ainda as empresas a se associarem às universidades, aproveitando a infraestrutura de comunicações que estão sendo instaladas nos campus. A Rede de Comunicação de Dados conectará, em alta velocidade, mais 600 instituições até o fim do ano. Queremos que essas grandes infraestrutura sejam aproveitadas pelas empresas.
Renúncia fiscal
Os investimentos em ciência e tecnologia estão se expandindo para além dos investimentos orçamentários, isso mostra o comprometimento tanto das empresas quanto do governo para a inovação também na iniciativa privada.
Os valores repassados a empresas por meio de renúncia fiscal através da Lei de Informática R$3,8 bilhões, nos quais foram beneficiadas 425 empresas, gerando R$920 milhões em inovação. Já a Lei do Bem gerou renúncia  benefícios para 795, gerando R$6,7 bilhões em desenvolvimento tecnológico  e R$3,8 bilhões de renúncia fiscal.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Falta de profissionais qualificados traz risco de colapso no setor de TI


NO CIO Summit que aconteceu em Recife ontem 14/03/2013, este foi um tema abordado e que gerou uma boa discussão entre os presentes no painel final.

Embora a qualidade da formação profissional seja relevante, não implica, necessariamente, na solução para o problema da escassez de mão de obra no setor de TI. 

A demanda por profissionais de tecnologia da informação e comunicação (TIC) no Brasil excederá a oferta em 32% para o ano de 2015, chegando a uma lacuna de 117.200 trabalhadores especializados em redes e conectividade. Os dados são de um novo estudo da consultoria independente IDC, encomendado pela Cisco na América Latina.

De acordo com o Observatório Softex — unidade de estudos e pesquisas da associação que tem como objetivo a promoção da excelência do software brasileiro —, falta o profissional que tenha tanto capacidades para resolver questões complexas quanto o conhecimento técnico. 

“O formando não sai da faculdade com entendimento de negócios, sobre como lidar com os clientes das empresas de TI, tais habilidades ele só irá adquirir com a experiência, já que a instituição de ensino só fornece os paradigmas.

As conclusões tem como referência dados do Caderno Temático do Observatório Softex — "Mercado de Trabalho e Formação de Mão de Obra em TI", lançado pela associação. O caderno analisa o atual cenário de escassez de profissionais qualificados no setor, bem como seu impacto na indústria.

Ao longo dos anos caiu o percentual de concluintes de cursos do nível superior. Os cursos específicos de tecnologia, de nível superior, com duração de apenas dois anos, foram criados como uma forma emergencial para driblar o problema de escassez de mão de obra qualificada. 

A indústria requer bom capital humano e, para resolver de vez o problema de escassez, é preciso criar medidas no curto, médio e longo prazo. “Uma solução viável, no curto prazo, seria atrair estudantes de outros cursos, como de administração, para cursos de computação”. “O Brasil não tem tradição em cursos técnico-profissionalizantes”. A  desoneração da folha de pagamento também é um passo para que as empresas retenham talentos. 

De uma perspectiva maior, o país precisa de medidas públicas para seu sistema educacional, que ainda carece de qualidade.


segunda-feira, 4 de março de 2013

Lei de crimes cibernéticos tem utilidade didática, mas não técnica, criticam especialistas


A lei 12.737/12, que pune os crimes praticados pela internet, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro do ano passado, entra em vigor daqui um mês. Apesar do consenso sobre sua necessidade, especialistas criticam enfaticamente a redação do texto e as punições propostas, que altera o Código Penal Brasileiro.
Conforme explica o advogado especializado em direito eletrônico Renato Opice Blum, nos casos mais graves, os delitos regulamentados pela legislação são apenas somatórios de outros já existentes. “O roubo de quantias em dinheiro é qualificado como roubo, independentemente do meio pelo qual ele foi praticado. Com a nova lei, haverá um adicional de até três anos de prisão caso o autor tenha invadido dispositivos eletrônicos, com a violação de sistemas de segurança, para realizá-lo”, explica. A diferença fica por conta de tentativas de fraudes eletrônicas ou ataques a sites, por exemplo, em que não há desvio ou dano financeiro ou moral, e que pela nova lei  passam a ser considerados crimes — ou seja, se equipes de segurança de uma empresa detectarem tentativas de invasão, podem pedir a abertura de uma investigação a polícia.

“Essa é a intenção. A lei abre uma janela de investigação, munindo as autoridades de arcabouços legais para investigação criminal online”, defende o coautor do projeto, o deputado Paulo Teixeira (PT-RJ). Ele cita dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os quais mostram que R$ 1 bilhão foram desviados de bancos por meio de fraudes eletrônicas no ano passado, para defender a necessidade da lei.

Mesmo assim, o texto é alvo de inúmeras críticas de especialistas quanto a sua efetividade e rigor ao punir cibercriminosos. O jurista Luiz Flávio Gomes lança mão do argumento de manter delitos como roubo de informações pessoais e pequenas invasões a sistemas de computador na esfera civil, para não sobrecarregar ainda mais as  autoridades judiciárias. “Além disso, nos primeiros três parágrafos eu contei mais 56 conceitos jurídicos problemáticos, como definição de ‘dispositivo informático’ e ‘sistemas de segurança’. Ou seja, a lei gera dúvida e questiono sua eficácia, pois isso certamente será utilizado na defesa de criminosos”, dispara. Ele enumera 104 divergências no total do projeto.

O texto foi aprovado pela Câmara em maio do ano passado, logo após a divulgação online de fotos íntimas furtadas do computador da atriz Carolina Dieckmann, e acabou sendo conhecida popularmente pelo seu nome. Ela passou pelo Senado em outubro e pelo plenário da Câmara no mês seguinte, indo à sanção presidencial em dezembro. Em contrapartida, o Marco Civil da Internet (PL 2126/11), de autoria do deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que deveria passar e ter função complementar à lei penal, está parado na Câmara após inúmeros adiamentos devido a interesses econômicos das empresas de comunicação. A diferença no tratamento dos dois casos é apontada como uma pressa para satisfazer questões midiáticas e eleitoreiras, sem real aprofundamento e esclarecimento do caso.

“A lei possui utilidade didática, mas não técnica. As pessoas sentem um certo ‘medo’ e pensam duas vezes antes de cometer uma ação qualificada como crime. Mas a redação não permite, por exemplo, grandes punições por invadir um computador ou praticar atos difamatórios que gerem prejuízo físico ou moral”, expõe Opice Blum. Ele acredita que as medidas podem ser convertidas rapidamente em ações sociais, como entregas de cestas básicas ou serviços comunitários caso o réu seja primário. “Isso pode dar a impressão de que um crime de invasão de privacidade compensa. Para quem atua no crime organizado online, por exemplo, a quem as punições deveriam ser fortes”, complementa Luiz Gomes.

Na visão de Opice Blum, há uma oportunidade para garantir melhor arcabouço legal no combate ao cibercrime na revisão do Marco Civil, atuando de maneira complementar. “Hoje, os artigos 13º e 15º não permitem que os provedores abram os dados identificados dos internautas para a Polícia Federal, em caso de investigação criminal, por exemplo”, finaliza.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Adivinha quem vai pagar a Conta ????


A ampliação do mercado de smartphones no Brasil — que no terceiro trimestre do ano passado cresceu 36% e já atinge 28 milhões de aparelhos em operação, segundo levantamento da consultoria GfK — tem impulsionado fortemente o mercado de aplicativos, softwares, músicas e vídeos digitais. Esses produtos são, em sua maioria, adquiridos em lojas virtuais localizadas fora do país, longe da fiscalização dos órgãos brasileiros e da pesada carga tributária nacional.

Essa realidade deve mudar caso seja aprovado um projeto de lei proposto pelo deputado Ricardo Izar (PSD-SP). O PL 4933/2013 pretende obrigar que todas as lojas virtuais que vendem conteúdo digital para consumidores no Brasil se estabeleçam aqui. “Atualmente, a grande maioria dessas lojas fica no exterior, justamente para fugir dos impostos brasileiros”, explica o parlamentar.

O objetivo principal da proposta é dar mais segurança para os que consomem esse tipo de produto. “Atualmente, o consumidor que tenha problemas precisa fazer uma reclamação em um fórum, sem nenhuma garantia de que será atendido”, afirma o deputado. “Além disso, os órgãos competentes não conseguem fiscalizar essas empresas, sem falar que os impostos desse comércio não ficam no Brasil”, completa.

Outro foco do projeto é fazer com que as empresas nacionais concorram em pé de igualdade com as grandes lojas do gênero, no exterior. “Quando se estabelecerem aqui, elas terão a mesma carga tributária que as nacionais, isso melhoraria a concorrência no setor e possibilitaria o crescimento das empresas brasileiras”, explica.

A proposta pretende estender para o comércio virtual uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, que obriga as empresas que comercializam software de prateleira no país a pagarem todos os tributos nacionais, independentemente de os produtos terem sido desenvolvidos no exterior. “Não é necessário que a empresa abra uma representação física aqui. Basta que ela se constitua juridicamente”, explica Izar.

O projeto ainda aguarda a designação de um relator e não tem data para ser votado. A expectativa é que ele tramite em caráter terminativo — ou seja, sem a necessidade de ser debatido no plenário — passando pelas comissões de Direito do Consumidor (CDC), Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) e pela Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ) antes de seguir para a análise do Senado Federal.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Banco do Brasil e Caixa Federal tem novo datacenter


Nos próximos meses, deve entrar em operação o novo data center conjunto do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. O complexo, que custou R$ 320 milhões, está em fase de testes e tem previsão para começar a funcionar no início de abril. Trata-se do primeiro do gênero no país construído por meio de uma parceria público-privada (PPP) federal.

Pelo novo modelo, uma empresa de objetivo específico, a GBT S.A., foi constituída para construir a estrutura física e gerir o complexo pelo prazo de 15 anos. BB e Caixa devem fornecer, separadamente, os equipamentos de TI, que funcionarão de maneira independente da administradora do local.

“Do ponto de vista técnico os dois bancos se colocam numa posição de vanguarda, garantindo uma altíssima disponibilidade de seus sistemas de negócio mesmo em caso de pane nos seus sites principais”, explica Jesualdo Conceição, gerente executivo da Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil.

A opção por um projeto conjunto entre os dois principais bancos públicos de varejo do país permitiu uma economia de 12%, em comparação com o modelo tradicional, onde cada banco constrói separadamente os seus data centers. O Banco do Brasil é dono de 80% da estrutura, enquanto a CEF ficou com os 20% restantes.
Segundo o gerente executivo do BB nos primeiros 12 meses de operação do data center os dois bancos devem ressarcir 80% dos R$ 320 milhões que a GBT S.A. investiu na obra. “Do restante 10% será pago em 45 meses e o restante até o fim dos 15 anos de contrato”, conta. Além disso, a empresa receberá uma remuneração pela manutenção do complexo. “Isso vai depender do nível de utilização, mas a expectativa é de que nos 15 anos de vigência do contrato, ele atinja R$ 2,2 bilhões, aí incluído o ressarcimento pela construção”.

Construído em um terreno do Banco do Brasil próximo à Granja do Torto, região onde também fica a residência oficial da Presidência da República, o complexo é o carro chefe do projeto Capital Digital, do Governo do Distrito Federal, que fornecendo incentivos fiscais e infraestrutura, pretende atrair outras empresas de TI de grande porte para a região.

A meta da Secretaria de Ciência e Tecnologia do DF é que o parque tecnológico gere 80 mil empregos diretos e indiretos, abrigando pelo menos 15 mil profissionais ligados à tecnologia da informação e comunicação. O objetivo é dobrar o faturamento anual do setor em Brasília, que está em torno de R$ 2,5 bilhões.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Benner vence Licitaçao para Auditoria na PAMI


A AITE, empresa do grupo Benner especializada em serviços médicos e operação de planos de saúde, venceu concorrência no valor de US$ 1,77 milhão para a prestação de serviços técnicos de auditoria médica, perícias e assessoria de todos os processos relativos ao Pami - Programa de Assistência Médica da Infraero. O Pami atende aproximadamente 40 mil beneficiários em todo o Brasil.

O contrato será fornecido em regime de terceirização de processos de negócios (BPO), em que a AITE gerenciará os processos das superintendências regionais e aeroportos do Pami nos estados de São Paulo, Belo Horizonte e Bahia.
A AITE fará a alocação de equipe técnica multidisciplinar, auditoria de internações e gestão das contas médicas, assessoria e suporte para a gestão da rede credenciada, controle do fluxo de informações e relatórios gerenciais. Uma equipe composta por 19 profissionais ficará dedicada ao projeto.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Biometria de voz para reduzir fraudes em call centers


A Nice Systems, empresa especializada em software para áreas estratégicas, já realiza testes no Brasil de seu novo sistema antifraude em contact centers. Trata-se de um serviço que rastreia biometricamente padrões de voz e de abordagem utilizados por golpistas em fraudes e cruza estas informações com outros registros armazenados em bancos de dados das empresas de call center.

O programa também é capaz de alertar, em tempo real, ao atendente sobre a possibilidade de determinada transação se tratar, na verdade, de uma fraude.

O software biométrico de voz pretende reduzir a incidência de golpes em operações financeiras ou de vendas que acontecem por meio de call centers. O foco deste produto é atender principalmente empresas dos ramos financeiro (bancos), provedores de serviços (empresas de telecomunicações, por exemplo), e seguradoras. Mas a solução pode melhorar também os processos de venda que acontecem por meio de call center.

No Brasil, este serviço já está em teste com uma grande empresa do segmento financeiro, mas, por questão de confidencialidade prevista em contrato, a Nice não pôde divulgar o nome da companhia.
Segundo o diretor regional da Nice, Luiz Camargo, os fraudadores estão sempre em busca de brechas para obter vantagens financeiras. “E hoje o call center é um ponto vulnerável na cadeia e o golpista é preparado para burlar os processos”.

O executivo comenta também que o sistema é capaz de mapear prováveis fraudes em ligações em andamento, negócios recém-fechados e ainda em fase de aprovação.